Fábulas

Perdoar é preciso.

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Quando Pedro perguntou a Jesus, quantas vezes deveria perdoar a seu ofensor, se até sete vezes, pensava com isso que sua magnanimidade estava sendo levada ao exagero, pois que o suficiente seria perdoar uma vez. Ele, porém após muito ter aprendido com a convivência sublime de Jesus, se proporia a perdoar sete. Era muito além do que qualquer um poderia fazer.
Mas Jesus, em toda a sabedoria da sua missão e de seus ensinamentos, ciente do valor que o perdão traz para o Espírito, respondeu-lhe: Não apenas sete vezes, mas setenta vezes, sete vezes.
Vede, irmãos, a intensidade com que devemos nos esforçar para praticar o perdão!
Pedro se propunha a perdoar sete vezes, e nós, que nem sequer uma, ainda aprendemos a fazê-lo. Ainda não temos o alcance necessário para compreendermos o valor do perdão.
Se supomos que, perdoando nós nos humilhamos, diante de Deus nos elevamos.
Se pensamos que apenas uma vez é suficiente, não compreendemos que é só praticando o perdão que nosso Espírito retorna, sem levar deste orbe tantos compromissos que o envolverão por muitas encarnações.
Procuremos, pois, a partir de hoje, já, nos exercitarmos na prática do perdão!
- Mas é muito difícil! - diríeis. - Como ficarei diante da sociedade, diante dos meus amigos, se perdoar ofensa tão grave?
Se assim pensais, nunca o praticareis! Quem traz em si o desejo de perdoar, não questiona, se nulifica e esquece. O perdão não é tão difícil de ser praticado. Basta não dardes tanta importância à ofensa recebida; basta procurardes esquecer o ofensor! Se a isso vos propuserdes, já estareis caminhando pela senda que vos levará a ele.
O que é o perdão, senão a nulificação do orgulho? O que é a ofensa, senão a exaltação desse mesmo orgulho, a demonstração da falta de todas as virtudes que Jesus tanto espera, seus irmãos conquistem?
Se condenardes a ofensa e não perdoardes, colocar- vos-eis no mesmo nível do ofensor, pois que estareis de atalaia para, a qualquer momento, praticardes o revide. Ah, aí, então, os compromissos serão grandes, pois as vossas imperfeições ultrapassarão as dele!
Se quiserdes ser orgulhosos, aplicai esse orgulho no perdão! Não aquele que proclama de lábios afora: - Vede como sou generoso, perdoei o meu inimigo, perdoei a ofensa que me fez! - Esse não é o verdadeiro perdão! Quem proclama não o sente, e assim, mais compromissos assume. Além do orgulho, demonstra, também, a vaidade, e, em meio a essas duas imperfeições, o perdão não sabe conviver.
Sede orgulhosos sim, mas de vós próprios e somente para vós, dizendo: - Estou feliz, consegui perdoá-lo, consegui esquecer a sua ofensa!
Vivei, pois, esforçando-vos a cada momento! Se vos sentirdes ofendido, procurai esquecer a ofensa e o ofensor. Só assim estareis exercitando o perdão, e um dia, após muito exercício, não mais precisareis perdoar!. ..
- Como - perguntaríeis - exercitaremos o perdão e depois não perdoaremos mais!?
Sim, quando tiverdes aprendido a esquecer as ofensas, a perdoar o ofensor, dia chegará que nem mais necessidade de perdoar haverá, e ultrapassareis, assim, a prescrição de Cristo que aconselha o perdão por setenta vezes sete. Tão exercitados estareis, tantas vezes compreendestes, esquecestes e perdoastes, que nem mais as ofensas percebereis! Não tereis mais necessidade de perdoar, que nenhuma ofensa vos atingirá, tão elevados vos encontrareis. Se as ofensas não conseguiram vos alcançar, não há necessidade do perdão.
Compreendei o valor do perdão, o valor do exercício na recomendação de Jesus e aprendei a perdoar, não apenas uma vez, nem sete, mas nele vos apliqueis constantemente, quantas vezes forem necessárias, porque só assim vos elevareis acima das imperfeições terrenas! Estareis, mesmo aqui vivendo, ligados a Deus, e partireis, quando o momento chegar, com o Espírito livre de compromissos que o orgulho e a vaidade vos fizeram assumir.
Não espereis o amanhã nem penseis muito se deveis ou não perdoar! Começai por esquecer, hoje, agora, aquelas mágoas que trazeis no coração! Depois delas outras virão, mas já estais no caminho que vos leva a Deus, e por ele passareis sem levardes ressentimentos nem compromissos, porque aprendestes a praticar o perdão!

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