Reflexão

SERVOS QUE SERVEM

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“Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 1:1,2)

É sempre muito interessante a forma como as pessoas se definem. O autorretrato é um mecanismo que revela a maneira como nós nos vemos, e isso é importante, porque nem sempre há compatibilidade entre aquilo que na verdade somos, com aquilo que declaramos ou manifestamos aos outros. Portanto, precisamos alinhar aquilo somos, numa perspectiva bíblico-existencial, com a forma que devemos viver, no sentido bíblico-funcional. Em outras palavras, há uma necessidade de harmonizarmos, como cristãos, confissão religiosa com prática de vida; compromisso com Cristo com responsabilidade com a igreja; devoção a Deus com amor ao próximo; intimidade espiritual com engajamento social; pregação do evangelho com testemunho de vida; liberdade cristã com submissão ao Senhor.


O aposto Paulo, ao se apresentar aos Filipenses, na carta que escreveu aos membros da igreja existente na cidade de Filipos, se define como servo. O termo originalmente empregado por ele é doulos. Esta é uma palavra grega que é sinônima de escravo e que foi traduzida para a língua portuguesa com o termo servo. O Dr. William Hendriksen entende, em seu comentário à Carta aos Filipenses, que o termo servo é mais apropriado que o termo escravo, por conta da pejoratividade cultural conferida ao mesmo.
Entretanto, a idéia original de escravo, que é exatamente como Paulo se entende, vive e se apresenta, sugere-nos algumas compreensões relevantes que precisamos ter acerca de nós mesmos em relação ao Senhor, bem como em relação a forma que devemos viver e a disposição que precisamos ter no serviço que prestamos a Deus como cristãos no mundo em que vivemos.
Ao se chamar servo, Paulo estabelece uma relação de pertença, isto é, na qualidade de doulos ele não pertencia a si mesmo, ele era propriedade de alguém, alguém a quem ele devia obediência irrestrita e devoção integral. Isso representava muito em sua vida. Em primeiro lugar, ele tinha absoluta certeza da sua condição e plena convicção do caráter daquele a quem ele pertencia. Em segundo lugar, por conta da sua condição, ele sabia qual era, na verdade, o seu dever, a sua função. Sua vontade era satisfazer aquele que o comprou por um alto e sublime preço, que o arregimentou para uma importante e inadiável missão.
Da mesma forma, precisamos refletir acerca da nossa condição como homens e mulheres que foram resgatados pelo Senhor. Afirmamos que somos servos do Deus Altíssimo, no entanto nem sempre agimos de forma compatível com a dignidade da condição que a nós foi concedida. Alguém já disse acertadamente que servo que não serve, não serve. Que a nossa vida seja agradável aos olhos do nosso Senhor.




Pr. Antonio Fontes

 

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